Arquivo do mês: abril 2012

Insight

Depois de algum tempo sem postar nada por aqui, surge agora um momento de inspiração.
Momentos como esse acontecem quando a gente não espera, do nada, instantaneamente, oh! E o melhor que dá pra fazer é aproveitá-los ao máximo. Mas hoje, foi um dia especial pra mim, foi mesmo, eu tive um Insight! Um não, alguns vários – é realmente impressionante como pequenos gestos, podem trazer grandes benefícios – a gente não faz ideia – uma coisa leva a outra, é tudo muito mágico. Uma das coisas que descobri hoje é o que é o carro pra mim – eu que nunca gostei de dirigir, me vejo há algum tempo numa situação que achei que seria obrigada a fazê-lo e excessivamente, sem opções, afinal moro longe do trabalho como a maioria de nós população urbana. Nunca me acostumei com isso, sinceramente eu acho um absurdo e me incomoda profundamente – como se eu estivesse dentro de uma bolha, sem ouvir, sem sentir, sem ver, só olhando pra frente e me irritando, ou tentando encontrar formas de não me irritar. Adoro o movimento das pessoas, o som da cidade… de perceber como a vegetação entorno do rio Pinheiros, aquele rio fedido, está ficando cada vez maior e mais bonita (tava olhando hoje pela janela do trem), da energia.
O que eu percebi é que temos o poder da escolha sim! Mas isso é tão óbvio! rss. Tudo, claro, é um processo, tal qual necessita de um início. O carro, como qualquer outra forma de transporte, é um instrumento, uma ferramenta, que está aí pra usar da forma que a gente quiser para nos locomovermos. A cidade está cheia de carros, o transito está terrível, falta infraestrutura no transporte público e o poder público caminha lentamente, oh horror!!! O que costumamos fazer? Reclamamos – e não está errado não, afinal temos que cobrar soluções sim, mas também só fazer isso não adianta – podemos propor novas idéias, porque não? Propor para o nosso dia-a-dia principalmente, pra nossa rotina. Novas formas de pensar, levam a consequencias diversas. E o que cada um faz influencia no ambiente ao redor. O que fiz hoje, foi fazer apenas parte do meu percurso de carro, e a outra de trem e a pé. Não parece nada, ou até bem trabalhoso, mas foi alguma coisa. E só de mudar um pouco a minha rotina, me sinto diferente – por mais que eu tenha pego o maior transito no trecho que percorri, pelo menos não foi ele inteiro, porque depois tomei meu café da manhã com a minha família (e não sozinha), peguei o trem (não, ele não estava vazio)e vi a paisagem e caminhei até o trabalho. Mas como eu disse, foi alguma coisa e foi uma experiência muito legal. Desencadeou aqui uma série de pensamentos, e um deles foi sobre a cidade.
Mais especificamente a forma como vivemos nela, nossas percepções acerca de, que podem ser modificadas e devem ser lapidadas. Pensar no coletivo, numa cidade pra todos – como poderia ser isso? É um ponto de partida. Uma cidade que se possa andar de bicicleta, a pé, de carro, de ônibus, de trem, de barco (também, também?)… e haver respeito e harmonia. Sou arquiteta formada há 4 anos, e há um ano venho descobrindo e me especializando numa área pouco conhecida e divulgada aqui no Brasil – o urbanismo. O urbanismo é cidade, e consequentemente não é uma ciência exata. É algo que é construído pela nossa vivência e estudo. E o urbanismo brasileiro, o que é?
Pode parecer um pouco pessimista e melancólico o que vou dizer, mas arquitetura de uma maneira geral não me inspirava fazia uma data – acho que a mesmice me levou a me sentir assim, é muito duro, afinal pra mim arquitetura é algo lindo demais. Foi então que trabalhando, pesquisando e vivendo em meio a este momento de insights, vi esse vídeo do programa “Provocações” com o arquiteto Alexandre Delijaicov (Programa 562 com o arquiteto Alexandre Delijaicov -17/04/2012) e achei bastante interessante e inspirador. Não estou dizendo que concordo com tudo que ele diz, porém gosto da maneira como ele imaginou nossa querida São Paulo, e me fez pensar.
Uma cadeia de pensamentos, geram idéias. Ouvir e discutir levam a novas soluções, que levam a ações. Ações são movimentos. E o movimento gera vida.
(…) continua